sobre sonhos e palavras
Anjo Negro porque insiste em levar,
Anjo Negro és tão escuro nem a sombra te reconhece
Autor: Carlos Cordoeiro.
Lágrimas que deixei derramar
que agora são a minha força
que em tempos foram a minha dor
mas agora são um futuro de alegria.
Lágrimas que deixei derramar
apenas por sentimentos e não por hipocrisia
foram aquelas que magoaram mais
mas fizeram-me mais forte.
Lágrimas que deixei derramar
simplesmente foram dores
dores que senti de forma corrosiva
a serem expulsas.
Lágrimas que deixei derramar
por pessoas fúteis e banais
que nada me são, pelo menos eu não as sinto
é dor, é mágoa, é sinceridade nisto tudo.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Sonhei um dia que tudo isto era difícil
que as palavras eram como prisões
eu sempre perdi-me no pior cenário
das lágrimas fiz uma dor maior.
Sonhei um dia poder libertar
aquilo que sempre escrevi
e dolorosamente senti
mas...mas simplesmente guardei.
Sonhei um dia soltar tudo isto
como algo de libertador e não de cartasse
isto simplesmente flui de forma ardente
e teima a apertar até doer como ácido.
Sonhei um dia em voar tão alto
que já ninguém me irá ver ou sentir
mas aí eu farei a questão, aí eu irei falar
e abrir-me de forma majestosa, como um pavão.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Tudo Isto É Demais
quando as palavras não são ideais
quando tudo é feito por favor
quando o primeiro é o último.
Tudo Isto É Demais
quando é misturado à dupla visão
ao fumo amigável e desculpas
de dias rotineiros e cansativos.
Tudo Isto É Demais
dói demais quando pensado
ignoro e repugno
penso ser o melhor a fazer.
Tudo Isto É Demais
quando eu penso demais
a injustiça parece cada vez maior
mas o dia parece estar mais próximo.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Deves-me Algo
que nunca soube descrever
nem tão pouco sentir
mas sei que está cá.
Deves-me Algo
que é maior que um sentimento
mais forte que uma dor
mais sincero que tudo isto.
Deves-me Algo
que dificilmente poderei ter
simplesmente imagino em sonhos
aquilo que nunca senti ser.
Deves-me Algo
que imagino mais do que eu
mas apenas no sono e no sonho
por isso acho que não é real.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Aparências são tão engraçadas
uns com tanto e outros com nada
mas mesmo assim
há que aparentar para alguém que não somos nada.
Aparentemente vejo aquilo que não quero
ouço a falsidade através dos sorrisos amigáveis,
vejo o corpo como capa suja de uma alma triste
mas temos que continuar a sorrir para os outros.
Colocar a máscara porque temos medo
medo do que não somos, do que não queremos
mas ouve aquela música que tudo fica disfarçado
e simplesmente deixa fluir aquilo que não acreditas.
Aparenta ser
mas não vivas
aparenta que estás viva
mas não mintas.
Autor: Carlos Cordoeiro.
A Eternidade por si só, não vale muito...
apenas a vida e o nascer dela
fazem alegrar um coração sincero
e é das mais pura das felicidades.
O amor tão brilhante como a estrela de D-us
O beijo tão sublime como a manhã
O toque tão quente como verão
e O olhar tão penetrante como o amor.
Senti, vi e fechei em mim mesmo isto
simplesmente senti através da recordação
que amar é isto mas muito mais
mas que a pele é tão suave.
O que se sente é suavidade divina
prazer tão calmo como questionável
dança e arrepios de amor e carinho
deixo-me levar simplesmente pelo toque.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Porquê ter saudade do que não vemos?
Porquê ter saudade do que já não sentimos?
Porquê chorar aquilo que já não vejo nem posso abraçar?
Porque é que tudo isto se torna mais confuso?
Sentimos a necessidade de ver e ouvir...
Sentimos a necessidade de ter de volta...
Sentimos a vontade de sentir um cheiro que já não há
Sentimos aquilo que já nem sentimos.
Não queremos a morte mas desejamos a vida eterna,
não queremos a doença mas somos invejosos,
não queremos o mal dos outro mas somos rancorosos,
desejamos o bem ao mundo mas somos egocentristas.
A saudade não se explica simplesmente sente-se,
sente-se através dos objectos mais banais,
das fotografias simples, do som que já não se ouve,
do vazio audível da casa, daquele aperto difícil do coração.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Apenas Respira
basta isso que é necessário
acho eu, digo eu
simplesmente ar.
Apenas Respira
não penses demais
não julgues demais
deixa apenas fluir.
Apenas Respira
sente mais a brisa
fecha os olhos e ouve
sente a suavidade na pele.
Apenas Respira
simplesmente sente
não te deixes sufocar
facilmente solta-te.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Preferia Mil Vezes
ser um vento forte
um sol que queima
um trovão que rasga os céus.
Preferia Mil Vezes
ter a visão de uma águia
o peso de um elefante
e a rapidez de uma chita.
Preferia Mil Vezes
ter o sono de um morcego
a caça de uma ave de rapina
o veneno de uma serpente.
Preferia Mil Vezes
sentir menos e falar mais
não chorar tanto e ferir mais
pois assim o alívio seria maior.
Autor: Carlos Cordoeiro.
"A hipocrisia humana é tanta, que na hora da despedida final, não querem deixar más palavras, porque isso irá pesar-lhes...isso não deveria ser um problema, na medida em que, sabe-se que existe os bons e maus momentos, portanto, o adeus simplesmente acontece, não pode nem deve ser encenado".
Carlos Cordoeiro.
Não Sei O Que Esperar
se a viagem já não é a mesma
se os sonhos não são os mesmos
se o acreditar quase que já não existe.
Não Sei O Que Esperar
este filme penso que é repetido
estas imagens já são passado
agora tudo isto é demasiado ácido.
Não Sei O Que Esperar
suspiro, recomeço mas paro
paro porque as viagens são um erro
talvez as decisões sejam aquela viagem.
Não Sei O Que Esperar
o carro parece andar em círculos
o avião parece sempre despenhar-se
e o comboio demora tanto, o sono veio.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Pedra esta tão dura que até magoa
que entra bem em mim e fere
mas isto sempre foi assim
sempre me atiraram a pedra mais dura.
Pedra tão poética esta
que está junto ao mar
e sente levemente as ondas
e a brisa como eu te sinto no meu coração.
Pedra que rola, rola até cair
mas não cai de si mesmo
pode-se desfazer em lágrimas graníticas
mas sempre estará de pé.
Pedra que pode ser duradoura
como este amor que tende a perdurar
mas talvez esteja a exagerar
em acreditar que tudo isto possa ser real.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Pergunto-me o porquê de tudo isto
do sangue derramado, da dor
das lágrimas agressivas e dolorosas
das vidas perdidas em vão e sem dignidade.
As armas, as bombas, a destruição
nada disto é justificável
apenas um capricho de um louco
tudo isto é demasiado grandioso pelo mal.
Sinto que tudo isto é irreal
mas ao mesmo tempo sinto que é real
as imagens são demasiado para mim
é demasiado cruel e doloroso ver.
Acredito em D-us, mas também nos homens
acredito em algo muito divino
algo espiritual, que nós homens
nunca alçaremos, porque somos demasiado pequenos.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Nasci nos anos 90 do século passado, e tive a oportunidade de conhecer a minha cidade do Porto (Portugal) como era antes e que agora é recordada com saudosismo, nostalgia.
É claro que todas as cidades de qualquer país têm a sua evolução, como se costuma dizer...é sinal dos tempos, mas honestamente penso que há uma febre doentia, obcecada, negligente desta coisa de turismo e tudo que vem por arrasto, sim porque não há outra forma de descrever tudo isto, aliás a quantidade absurda e assustadora de hóteis que existe no Porto não faz sentido uma vez que a cidade não é assim tão grande quanto isso.
Lá vou eu ao meu grande chavão: no meu tempo isto...no meu tempo aquilo, e sim vou falar como um "velho" aos vossos olhos, porque aos meus...falo como uma pessoa que recorda com carinho, amor e muito orgulho da minha cidade.
Sou do tempo, por exemplo, que não existia ainda o Metro do Porto, mas que por outro lado existia muito mais autocarros e até mesmo mais linhas de elétrico, isto comparando com o que existe agora, por exemplo aonde se situa agora a esplanada do McDonald's dos Aliados (antigo Café Imperial) era um pequeno passeio com imensas paragens de autocarros, muitos deles iam para a zona da Boavista, Paranhos e até ali para os lados do Hospital da Prelada...para não falar que a própria Avenida dos Aliados tinha muito mais jardins, que na época eram bonitos por sinal, basta fazer-se uma pesquisa correcta na internet ou na Biblioteca Municipal do Porto.
Claro que muitas pessoas podem-me dizer: "Ah e tal Carlos mas antes as casas eram degradadas, vazias, devolutas, todas cheias de lixo..." pois é, mas se calhar as casas (leia-se edifícios e zona histórica) não tiveram pessoas ou entidades que se preocupassem com elas, agora parece que é demais, ou seja, antes havia um desleixo deliberadamente visto pelas ruas e avenidas da nossa cidade do Porto, mas de à uns tempos para cá, há uma excessiva preocupação e até mesmo obsessão em receber turistas por cá...daí a existência e excesso de hóteis...mas lá está, eu não sou contra o Turismo, Hotelaria, Restauração, nada disso, aliás nunca fui e eu sou e serei sempre o primeiro a gostar de ver pessoas de fora na minha cidade, agora nunca irei entender porque é que para as entidades competentes está primeiro os turistas e depois é que se lembram da malta de cá...é só ridículo, e por causa do turismo E NÃO SÓ temos rendas de casa altíssimas, uma vez, só por curiosidade pura, vi um T2 na zona dos Aliados a arrendar por 1.200€/mês obviamente que isto não é mesmo para bolsos portugueses, mas calma, porque eu sei que os Aliados por si só, tem uma história indiscutível, foi palco de grandes eventos portuenses e portugueses, mas isto é ridículo, porque importaria às entidades competentes zelar pelas pessoas da cidade e depois os turistas mas fazem precisamente o contrário.
Eu pergunto-me: Como podemos mostrar uma cidade aos outros, quando nós não cuidamos dela quando deixamos ela, a cidade assim ao D-us dará? Como é que mostramos a nossa cidade? Como é vista a nossa cidade? Como é interpretada a nossa cidade? Como é explorada a nossa cidade? Que programação cultural e artística temos para oferecer? Que tipo de museus temos? É acessível a todos? Quais os preços? Há programação cultural e artística em relação aos teatros e cinemas? Aos parques e jardins?
Estas e outras tantas perguntas, surgem-me no seguimento de eu analisar a minha cidade como se fosse um turista e acho que a cidade está exageradamente alterada, modificada, mutilada, é só ridículo, mas lá está, só há uma percepção muito exacta de tudo isto quem nasceu ou vive no Porto há pelo menos 20 anos!
Lembro-me, de quando era criança, passear com a minha família pelo jardim do Campo 24 de Agosto (freguesia do Bonfim) e naquele ano (leia-se por volta de 2002) o jardim era muito mais frondoso, majestoso e até grandioso, na prática o jardim era tão grande e tinha tantas variedades de plantas, arbustos e árvores que eu lembro-me de estar dentro do jardim e olhar para fora, aonde se situava as ruas, os edifícios e não se via praticamente nada precisamente porque o jardim envolvia-nos, a nós seres humanos, porque conforme os animais se sentem envolvidos quando estão entre a natureza, deveria ser o mesmo com as pessoas, ou seja, devemos projectar parques e jardins que nos envolvam que haja alguns espaços abertos como outros fechados em que sentimos que estamos escondidos do mundo e dos outros.
Por exemplo os Jardins do Palácio de Cristal (que agora tem o moderno nome Super Bock Arena) já esteve muito melhor do que estava agora...mas lá está seriam precisas muitas linhas, muitos parágrafos, muitos argumentos da minha parte, ainda que fosse falar mais do mesmo, do Porto como foi e que já não é mais, porque é isso mesmo, neste preciso momento eu assisto à minha cidade como se fosse uma espécie de filme de terror e suspense, na medida em que estou sempre a ver quando vão deitar abaixo um edifício histórico, embora já o fizessem...eu não consigo mesmo compreender porque é que mandato após mandato, as pessoas que estão na Camara Municipal do Porto, entre outras entidades associadas, não conseguem ter uma visão clara e precisa das coisas, é impressionante e ao mesmo tempo é impossível...é impossível que governo após governo não notem que cada vez estão a lixar mais a cidade, para não dizer pior.
Os parques e jardins estão cada vez mais desleixados, mais pisados, descuidados, porcos...eu à relativamente pouco tempo fui ao jardins do Palácio de Cristal (para mim será sempre este o nome verdadeiro e único) e D-us me livre...deu-me uma pena mas ao mesmo tempo fiquei irritado, a sério que fiquei porque é um descuido total que meu D-us lá está...não é por termos prémios de turismo, de arquitectura, de paisagem e por aí fora que descuidamos a nossa cidade muito pelo contrário deveria ser motivo de cuidar ainda mais e preservar efectivamente tudo que é história, actualmente vê-se edifícios históricos a virarem alojamentos locais ou hostels...e que tal pensarem cada vez mais nas pessoas do Porto? as gentes do Porto? E que tal começarem a cair na real e entender que há pessoas que são mesmo do Porto porque nasceram no Porto?
É só anedótico e ridículo as entidades competentes dizerem que pensam no povo portuense quando protejam a cidade ou reformulam a cidade...isto não só é mentira como é errado, mas eu irei sempre escrever no meu blogue e nas redes sociais aquilo que realmente penso, que defendo e que quero, porque eu irei sempre defender a minha cidade e aquilo que considero ser um Porto ideal e que valoriza as pessoas e a sua cidade propriamente dita.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Estou vestido quase todo de preto
faço um abaixo assinado de mim mesmo
simplesmente sinto mas não como um todo
apenas sinto-me todo negro.
Quase que choro,
quase que sinto ou finjo sentir
tudo isto é estranho e complicado
mas deixo-me andar por vezes.
Quase é aquilo...que não posso dizer
mas apenas sentir por si só
não posso dizer aquilo que não desejo
simplesmente penso mas não demais.
Quase aquilo poderá vir,
poderei sentir, mas não pretendo,
não queria, ninguém quer,
mas por isso mesmo escrevo tudo isto assim.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Atrás, encontro algo que tenho saudade
mas não consigo trazer para o presente
porque nada do passado se consegue trazer
apenas recordar e chorar pela lembrança.
Atrás, tenho as bonitas memórias
da infância sincera e genuína
em que o mundo não era mau
apenas diferente aos meus olhos.
Atrás, estava um futuro que eu acreditei
e um passado que queria como presente
agora apenas tenho tudo como memória
apenas recordo aquilo que gostava tanto.
Atrás, não havia isto, nem este sentimento,
não havia a saudade, como gostava de ser eterna criança,
nem que por momentos lembrasse
aqueles momentos, a felicidade.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Detesto Despedidas
porque de imediato
bate-se a saudade
de todos os momentos bons.
Detesto Despedidas
porque me lembra o que já irá acabar
das palavras que já terão um fim
mas as recordações já cá estão. ~
Detesto Despedidas
o meu coração aperta-se
como se fosse o final de tudo,
embora possa sempre haver o reencontro.
Detesto Despedidas
tudo é tão intenso, emocional,
isto assim não vale
não gosto de me afastar das pessoas que gosto e amo.
Autor: Carlos Cordoeiro.
Poema Se Eu Te Amasse
Se Eu Te Amasse
talvez escrevesse cartas,
talvez escrevesse poemas,
talvez ficasse louco por ti.
Se Eu Te Amasse
talvez víssemos aquele filme,
talvez sentíssemos aquela saudade,
talvez perceberia o amor.
Se Eu Te Amasse
talvez sentisse algo a mais,
talvez sentisse a inquietude,
talvez sentisse a ansiedade de amar.
Se Eu Te Amasse
tudo seria perfeito,
tudo seria sonhador,
tudo seria mais perfeito que agora.
Autor: Carlos Cordoeiro.