segunda-feira, 11 de abril de 2022

Poema ?

Pergunto-me o porquê de tudo isto
do sangue derramado, da dor
das lágrimas agressivas e dolorosas
das vidas perdidas em vão e sem dignidade. 


As armas, as bombas, a destruição
nada disto é justificável
apenas um capricho de um louco
tudo isto é demasiado grandioso pelo mal.


Sinto que tudo isto é irreal
mas ao mesmo tempo sinto que é real
as imagens são demasiado para mim
é demasiado cruel e doloroso ver. 


Acredito em D-us, mas também nos homens
acredito em algo muito divino
algo espiritual, que nós homens
nunca alçaremos, porque somos demasiado pequenos.


Autor: Carlos Cordoeiro.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Meu Porto, Minha Cidade (Portugal)

Nasci nos anos 90 do século passado, e tive a oportunidade de conhecer a minha cidade do Porto (Portugal) como era antes e que agora é recordada com saudosismo, nostalgia.

É claro que todas as cidades de qualquer país têm a sua evolução, como se costuma dizer...é sinal dos tempos, mas honestamente penso que há uma febre doentia, obcecada, negligente desta coisa de turismo e tudo que vem por arrasto, sim porque não há outra forma de descrever tudo isto, aliás a quantidade absurda e assustadora de hóteis que existe no Porto não faz sentido uma vez que a cidade não é assim tão grande quanto isso.

Lá vou eu ao meu grande chavão: no meu tempo isto...no meu tempo aquilo, e sim vou falar como um "velho" aos vossos olhos, porque aos meus...falo como uma pessoa que recorda com carinho, amor e muito orgulho da minha cidade. 

Sou do tempo, por exemplo, que não existia ainda o Metro do Porto, mas que por outro lado existia muito mais autocarros e até mesmo mais linhas de elétrico, isto comparando com o que existe agora, por exemplo aonde se situa agora a esplanada do McDonald's dos Aliados (antigo Café Imperial) era um pequeno passeio com imensas paragens de autocarros, muitos deles iam para a zona da Boavista, Paranhos e até ali para os lados do Hospital da Prelada...para não falar que a própria Avenida dos Aliados tinha muito mais jardins, que na época eram bonitos por sinal, basta fazer-se uma pesquisa correcta na internet ou na Biblioteca Municipal do Porto.

Claro que muitas pessoas podem-me dizer: "Ah e tal Carlos mas antes as casas eram degradadas, vazias, devolutas, todas cheias de lixo..." pois é, mas se calhar as casas (leia-se edifícios e zona histórica) não tiveram pessoas ou entidades que se preocupassem com elas, agora parece que é demais, ou seja, antes havia um desleixo deliberadamente visto pelas ruas e avenidas da nossa cidade do Porto, mas de à uns tempos para cá, há uma excessiva preocupação e até mesmo obsessão em receber turistas por cá...daí a existência e excesso de hóteis...mas lá está, eu não sou contra o Turismo, Hotelaria, Restauração, nada disso, aliás nunca fui e eu sou e serei sempre o primeiro a gostar de ver pessoas de fora na minha cidade, agora nunca irei entender porque é que para as entidades competentes está primeiro os turistas e depois é que se lembram da malta de cá...é só ridículo, e por causa do turismo E NÃO SÓ temos rendas de casa altíssimas, uma vez, só por curiosidade pura, vi um T2 na zona dos Aliados a arrendar por 1.200€/mês obviamente que isto não é mesmo para bolsos portugueses, mas calma, porque eu sei que os Aliados por si só, tem uma história indiscutível, foi palco de grandes eventos portuenses e portugueses, mas isto é ridículo, porque importaria às entidades competentes zelar pelas pessoas da cidade e depois os turistas mas fazem precisamente o contrário. 

Eu pergunto-me: Como podemos mostrar uma cidade aos outros, quando nós não cuidamos dela quando deixamos ela, a cidade assim ao D-us dará? Como é que mostramos a nossa cidade? Como é vista a nossa cidade? Como é interpretada a nossa cidade? Como é explorada a nossa cidade? Que programação cultural e artística temos para oferecer? Que tipo de museus temos? É acessível a todos? Quais os preços? Há programação cultural e artística em relação aos teatros e cinemas? Aos parques e jardins?

Estas e outras tantas perguntas, surgem-me no seguimento de eu analisar a minha cidade como se fosse um turista e acho que a cidade está exageradamente alterada, modificada, mutilada, é só ridículo, mas lá está, só há uma percepção muito exacta de tudo isto quem nasceu ou vive no Porto há pelo menos 20 anos! 

Lembro-me, de quando era criança, passear com a minha família pelo jardim do Campo 24 de Agosto (freguesia do Bonfim) e naquele ano (leia-se por volta de 2002) o jardim era muito mais frondoso, majestoso e até grandioso, na prática o jardim era tão grande e tinha tantas variedades de plantas, arbustos e árvores que eu lembro-me de estar dentro do jardim e olhar para fora, aonde se situava as ruas, os edifícios e não se via praticamente nada precisamente porque o jardim envolvia-nos, a nós seres humanos, porque conforme os animais se sentem envolvidos quando estão entre a natureza, deveria ser o mesmo com as pessoas, ou seja, devemos projectar parques e jardins que nos envolvam que haja alguns espaços abertos como outros fechados em que sentimos que estamos escondidos do mundo e dos outros. 

Por exemplo os Jardins do Palácio de Cristal (que agora tem o moderno nome Super Bock Arena) já esteve muito melhor do que estava agora...mas lá está seriam precisas muitas linhas, muitos parágrafos, muitos argumentos da minha parte, ainda que fosse falar mais do mesmo, do Porto como foi e que já não é mais, porque é isso mesmo, neste preciso momento eu assisto à minha cidade como se fosse uma espécie de filme de terror e suspense, na medida em que estou sempre a ver quando vão deitar abaixo um edifício histórico, embora já o fizessem...eu não consigo mesmo compreender porque é que mandato após mandato, as pessoas que estão na Camara Municipal do Porto, entre outras entidades associadas, não conseguem ter uma visão clara e precisa das coisas, é impressionante e ao mesmo tempo é impossível...é impossível que governo após governo não notem que cada vez estão a lixar mais a cidade, para não dizer pior. 

Os parques e jardins estão cada vez mais desleixados, mais pisados, descuidados, porcos...eu à relativamente pouco tempo fui ao jardins do Palácio de Cristal (para mim será sempre este o nome verdadeiro e único) e D-us me livre...deu-me uma pena mas ao mesmo tempo fiquei irritado, a sério que fiquei porque é um descuido total que meu D-us lá está...não é por termos prémios de turismo, de arquitectura, de paisagem e por aí fora que descuidamos a nossa cidade muito pelo contrário deveria ser motivo de cuidar ainda mais e preservar efectivamente tudo que é história, actualmente vê-se edifícios históricos a virarem alojamentos locais ou hostels...e que tal pensarem cada vez mais nas pessoas do Porto? as gentes do Porto? E que tal começarem a cair na real e entender que há pessoas que são mesmo do Porto porque nasceram no Porto? 

É só anedótico e ridículo as entidades competentes dizerem que pensam no povo portuense quando protejam a cidade ou reformulam a cidade...isto não só é mentira como é errado, mas eu irei sempre escrever no meu blogue e nas redes sociais aquilo que realmente penso, que defendo e que quero, porque eu irei sempre defender a minha cidade e aquilo que considero ser um Porto ideal e que valoriza as pessoas e a sua cidade propriamente dita.


Autor: Carlos Cordoeiro.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Poema Quase Aquilo...

Estou vestido quase todo de preto
faço um abaixo assinado de mim mesmo
simplesmente sinto mas não como um todo
apenas sinto-me todo negro.

Quase que choro,
quase que sinto ou finjo sentir
tudo isto é estranho e complicado
mas deixo-me andar por vezes.

Quase é aquilo...que não posso dizer
mas apenas sentir por si só
não posso dizer aquilo que não desejo
simplesmente penso mas não demais.

Quase aquilo poderá vir,
poderei sentir, mas não pretendo,
não queria, ninguém quer,
mas por isso mesmo escrevo tudo isto assim.


Autor: Carlos Cordoeiro.