quinta-feira, 20 de março de 2014

Poema Como Posso Avançar

Como posso avançar
se o caminho é incerto?

Como posso avançar
se por vezes tudo é tão obscuro?
como posso avançar
se a estrada não tem sinalização?
como posso avançar
se ás vezes é tudo proibido?
como posso avançar
se ás vezes as máquinas param?
como posso avançar
se os dias por vezes são curtos?
como posso avançar
se estiver cego nos caminhos mais difíceis?.


Seria demasiado fácil
se tudo fosse descodificado;
seria tão banal se fosse fácil
o que nunca será : viver;
seria tudo tão prático e imortal
senão houvesse limitações;
seria tão sonhador
se a ingenuidade se mantivesse,
mas nem elas ficam assim para
sempre, não mesmo;
o crescimento é assustador
é para o abismo futuramente;
a fala é o motor
uma palavra muda tudo;
a sociedade é demasiado amarga
precisa de açúcar da verdade e bondade;
como posso avançar
se cada um é impuro?
se cada um não se respeita a si mesmo?
se cada um é ganancioso?
se cada um é injusto?
só temos um vida e um mundo.


Autor : Carlos Cordoeiro.

Poema Dar Importância

Vejo-te constantemente
mesmo quando não quero;
mesmo nos sítios impossíveis
está lá mesmo eu não querendo;
vejo-te nos supermercados
mesmo que nada compres;
vejo-te no metro
mesmo que não vás trabalhar;
vejo-te em todo o lado
és omnipresente, mas não és Deus.


Mesmo estando a dormir
tu até em sonhos apareces;
mesmo estando a escrever
tu apareces como agora mesmo;
mesmo estando a comer
apareces subitamente e eu não te posso esquecer;
mesmo quando estou melancólico,
triste,zangado,lixado,mal disposto e o oposto,
tu apareces lá sempre,obrigado Poesia.


Obrigado Poesia por inevitavelmente
apareças para me ajudares  como que automaticamente;
obrigado por seres tão trágica,
obrigado por seres tão sincera,
obrigado por seres tão forte,
obrigado por não seres convencional,
obrigado por não seres rimada, gosto de ti completamente diferente.


Obrigado por existires em mim
desde de 2001
obrigado por seres a minha libertação
desde sempre sem nada em troca pedires.


Autor : Carlos Cordoeiro.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Poema No Comboio

Não sei em que paragem entrou
mas já olho para ela;
não sei como se chama
mas isso agora não importa muito;
não sei em que escola estuda
mas isso é irrelevante face à sua beleza.


Ia no comboio com a minha mãe
sussurrei-lhe que a jovem era bonita;
ela trincava delicadamente uma bolacha
e docemente eu olhava para os lábios suaves
enquanto admirava-a e sonhava também;
era calma mas ao mesmo tempo intrigante;
era jovem mas ao mesmo tempo adulta;
era tão simples mas ao mesmo tempo vistosa.


De seguida admirei mais e melhor a boca,
os olhos e nariz são particularmente belos;
ela estava indiferente aos olhares julgo,
mas eu olhei atentamente a cor dos olhos
eram castanhos doces como chocolate.


Já viram?
Nada me é e eu já falo dela como falo;
não tenho culpa da beleza aparecer à minha beira;
não tenho culpa de os meus olhos olharem o melhor;
não tenho culpa de ela ser doce visualmente;
mas não olhei tipo cão
ia olhando como que brincar às escondidas.


Depois saímos na mesma paragem
foi de metro e eu a pé;
foi, talvez, o último adeus visual
mas ficou-me na memória por ser simples
mas arrebatadora;
espero vê-la uma vez ou outra.


Autor : Carlos Cordoeiro.

quinta-feira, 6 de março de 2014

IntenseEROS (draw)



                                                    Carlos Cordoeiro
                                                                    ItenseEROS
                                                                    Março 2014