quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Poema Mar

Água tão azul 
tão transparente esta sensação
tão leve pelo meu corpo
tão grandiosa na tempestade.


Tão pura e refrescante esta sensação
quase que adormeço em ti
deixo-me levar levemente
sinto em ti um silêncio calmo.


É na tua profundeza que me afasto
daquilo que de mais profundo sinto
e nas areias finas, suaves e saltitantes
que vejo que és a minha calmaria.


Acho que nasci em ti
sinto-te, ouço-te, vejo-te
e é no mergulho que há o novo
o novo mundo que ainda não descobri.


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema Imaginei

Imaginei pessoas
que não tinham falsidades
apenas coração
e talvez até sentimentos.


Imaginei talvez um dia
haver sonhadores 
mas não por agora
porque ainda choro aquilo que sonhei.


Imaginei que pudesse haver mais amor
mas...esqueci-me que o egoísmo sobrepõe-se
e por vezes o amor é ódio,
o amor é raiva, o amor é mágoa e até ácido.


Imaginei que talvez um dia 
pudesse ter aquilo
que em sonhos
vejo algo como possível.


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema Já Me Apercebo

Já Me Apercebo
que agora tudo é diferente
que as palavras já não as uso
apenas uso sentimentos como reflexão.


Já Me Apercebo
que já não é de agora
que o coração falou sempre mais alto
mas as palavras magoaram muito mais.


Já Me Apercebi
que tudo já foi diferente
através de um olhar, de uma palavra
que agora está tudo corroído.


Já Me Apercebi
que em tempos havia sonhos
mas que agora estão rasgados
pela arma mais poderosa: a palavra.


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema Deves-me Algo

Deves-me Algo
que nunca soube descrever
nem tão pouco sentir
mas sei que está cá.


Deves-me Algo
que é maior que um sentimento
mais forte que uma dor
mais sincero que tudo isto.


Deves-me Algo
que dificilmente poderei ter
simplesmente imagino em sonhos
aquilo que nunca senti ser.


Deves-me Algo
que imagino mais do que eu
mas apenas no sono e no sonho
por isso acho que não é real.

Autor: Carlos Cordoeiro. 

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Poema Os Grandes

Pensei que os grandes eram os melhores,
mas agora que vejo...deixam a desejar
é simplesmente anedótico o que querem passar
na simplicidade vi, senti e vivo muito mais.


Pensei que os grandes eram a promessa
afinal faziam tantas promessas 
mas da minha boca apenas sai a vontade e a palavra
de eles irem para longe porque não são o futuro.


Os grandes prometem demais
e nem terra prometida têm
apenas a ilusão de serem os melhores
e acharem que valem mais.


Os grandes são os pequenos do nosso mundo
são as frustrações do que não conseguiram
são o lado irónico e questionável
e também são aquilo que não querem.


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema Aparências

Aparências são tão engraçadas
uns com tanto e outros com nada
mas mesmo assim
há que aparentar para alguém que não somos nada.


Aparentemente vejo aquilo que não quero
ouço a falsidade através dos sorrisos amigáveis,
vejo o corpo como capa suja de uma alma triste
mas temos que continuar a sorrir para os outros.


Colocar a máscara porque temos medo
medo do que não somos, do que não queremos
mas ouve aquela música que tudo fica disfarçado
e simplesmente deixa fluir aquilo que não acreditas.


Aparenta ser
mas não vivas
aparenta que estás viva
mas não mintas. 


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema O Que Se Sente

A Eternidade por si só, não vale muito...
apenas a vida e o nascer dela
fazem alegrar um coração sincero
e é das mais pura das felicidades.


O amor tão brilhante como a estrela de D-us
O beijo tão sublime como a manhã
O toque tão quente como verão
e O olhar tão penetrante como o amor.


Senti, vi e fechei em mim mesmo isto
simplesmente senti através da recordação
que amar é isto mas muito mais
mas que a pele é tão suave.


O que se sente é suavidade divina
prazer tão calmo como questionável
dança e arrepios de amor e carinho
deixo-me levar simplesmente pelo toque.


Autor: Carlos Cordoeiro. 

Poema Saudade

Porquê ter saudade do que não vemos?
Porquê ter saudade do que já não sentimos?
Porquê chorar aquilo que já não vejo nem posso abraçar?
Porque é que tudo isto se torna mais confuso?


Sentimos a necessidade de ver e ouvir...
Sentimos a necessidade de ter de volta...
Sentimos a vontade de sentir um cheiro que já não há
Sentimos aquilo que já nem sentimos.


Não queremos a morte mas desejamos a vida eterna,
não queremos a doença mas somos invejosos,
não queremos o mal dos outro mas somos rancorosos,
desejamos o bem ao mundo mas somos egocentristas.


A saudade não se explica simplesmente sente-se,
sente-se através dos objectos mais banais,
das fotografias simples, do som que já não se ouve,
do vazio audível da casa, daquele aperto difícil do coração.


Autor: Carlos Cordoeiro.