sexta-feira, 14 de março de 2014

Poema No Comboio

Não sei em que paragem entrou
mas já olho para ela;
não sei como se chama
mas isso agora não importa muito;
não sei em que escola estuda
mas isso é irrelevante face à sua beleza.


Ia no comboio com a minha mãe
sussurrei-lhe que a jovem era bonita;
ela trincava delicadamente uma bolacha
e docemente eu olhava para os lábios suaves
enquanto admirava-a e sonhava também;
era calma mas ao mesmo tempo intrigante;
era jovem mas ao mesmo tempo adulta;
era tão simples mas ao mesmo tempo vistosa.


De seguida admirei mais e melhor a boca,
os olhos e nariz são particularmente belos;
ela estava indiferente aos olhares julgo,
mas eu olhei atentamente a cor dos olhos
eram castanhos doces como chocolate.


Já viram?
Nada me é e eu já falo dela como falo;
não tenho culpa da beleza aparecer à minha beira;
não tenho culpa de os meus olhos olharem o melhor;
não tenho culpa de ela ser doce visualmente;
mas não olhei tipo cão
ia olhando como que brincar às escondidas.


Depois saímos na mesma paragem
foi de metro e eu a pé;
foi, talvez, o último adeus visual
mas ficou-me na memória por ser simples
mas arrebatadora;
espero vê-la uma vez ou outra.


Autor : Carlos Cordoeiro.

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