sexta-feira, 2 de maio de 2014

Poema Sou Uma Gaivota

Sou uma gaivota
que voa pelos céus
mas por paisagens que não quer ver;
voo tão alto
para que o está abaixo
se torne supérfluo.


Sou uma gaivota
que se torna grandiosa
quando tem que voar
mesmo quando as forças faltam;
quando estás lá em cima
alguém te faz descer abruptamente
ficas sem ar mas tens que voar na mesma;
sabes que cá em baixo
é tudo tão banal, supérfluo
por isso necessitas de uma via livre
nem que seja falsa, mas por segundos faz-te sentir bem.


Quando estás cá
todos te querem agarrar
pelo que és pelo que tens;
todos te querem manipular
para uma sociedade adormecida
da banalidade e indiferenças;
quando és o melhor
todos fazem tudo para seres 0;
quando és o mais rico
todos te cobiçam a nota mas não o valor
humano ou de amizade;
quando és especial
tentam apagar-te;
quando és grande na sociedade
todos tentam abafar-te enquanto pilar;
perante isto não é melhor voar?
não é melhor voar com a mente?
sim vou voar tão alto
tão alto que vou ver a forma
mas não o conteúdo.


Sou gaivota
desde que nasci
e não aceitava tudo que via;
sou gaivota
desde que tive que voar constantemente
para as armadilhas não me apanharem;
sou gaivota
visto que tenho liberdade mesmo que seja só em pensamento;
sou gaivota
visto que tenho que sonhar
para a realidade não me atormentar.


As minhas asas são úteis
para voar,
para voar para lugares onde
não há a maldade dos homens;
as asas automaticamente
levam-me para o invulgar,
isto torna-me mais feliz.


Estou farto,farto
de ter que haver constantes motivos
para voar para fora;
estou farto de desgastar as minhas penas
por animais que são lixo;
se fosse abutre
tinha nojo de os comer;
desgasto-me tanto
por tão pouco era necessário?
Claro que não.


Orgulho-me de ser gaivota
assim voo sempre que quiser;
orgulho-me de ser gaivota
assim não ouço na totalidade;
orgulho-me de ser gaivota
assim não me sujeito a tudo;
orgulho-me de ser gaivota
para poder gritar a revolta;
orgulho-me de ser gaivota
por estar tão alto e os piores animais
na terra suja e banalizada.


Autor: Carlos Cordoeiro.

4 comentários:

  1. Não tens jeito nenhum, lamento.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado pelo teu comentário!

      Sabes o que é curioso? É estares como Anónimo....ó menos davas a cara quanto mais não seja para eu ver quem és e rir-me.

      Eu aceito o teu comentário porque aprendo com comentários positivos e negativos.

      Agora tu até podes ser grande crítico de arte ou literatura mas o que tu percebes da MINHA Poesia?
      Sabes.....se soubesses realmente do que falas saberias que a Poesia tem um cunho muito pessoal e bastante forte em termos de emoções este meu Poema entre outros tantos são muito pessoais por tanto tu nunca poderás dizer se tenho na verdade jeito ou não visto que não sabes da minha vida..............além disso isto de escrever Poesia não é questão de ter jeito ou não e sim de sentimentos...........tu até podes ter muito jeito e depois escreve grande porcaria os poemas em geral devem ter um sentimento sem isso fica sem expressão.

      Mais uma vez,
      Obrigado pelo teu sincero comentário.

      Eliminar
  2. Poema aprovado. Eu também concordo que é bem melhor voar! :)

    ResponderEliminar
  3. Translúcido poema de uma extrema bravura e sensibilidade!
    Poeta genial!

    Ao Sr. Anónimo do dia 2 de maio os únicos poemas que entenderá serão os poemas pimbas escritos em cinco minutos numa casa de banho, não critique, entenda, respeite ou faça melhor!
    Cumprimentos

    ResponderEliminar