domingo, 25 de dezembro de 2011

ARTE E EU

Não querendo desvalorizar o que outros aprendizes de Arte e os artistas acham da Arte e o que aprenderam mas eu enquanto aprendiz de Arte tenho definições muito próprias sobre a pintura, escultura, poesia, desenho que eu realizo mas o que eu vou dizer não quer dizer que seja uma definição verdadeira nem definitiva mas sim a minha sincera opinião,compreendo que uns não vão gostar outros irão gostar e outros irão ficar indiferentes,mas nada disto importa-me quero apenas aqui dizer o que eu acho da Arte (e das várias artes existentes actualmente).

Eu sempre gostei da Arte como meio de expressão,considero que através de várias correntes artísticas se pode exprimir sentimentos, ideias, simbologias, significados, sonhos entre outros aspectos que podem ou não ser reais.
Na minha opinião considero que a Arte serve como desabafo,ou seja,eu através da Arte desabafo quando algo na minha vida está mal,por exemplo eu tenho poemas que demonstram de uma forma transparente a minha "dor" em não ser amado,ter poucos amigos,do quão sonhador posso ser em relação ao universo mas também tenho poemas que são completamente sonhador e remetem-se para o lado poético e bela da questão.
A Poesia desenvolvi-a porque achei que seria elegante dizer o que sinto de bom e de mau através da Poesia,acho que criar poemas é necessário,para mim as rimas não são importantes,acreditem que não simplesmente por um motivo:
é preciso haver rimas para haver bons poemas?
Acho que não,não só acho como tenho a certeza,quem conhece mais ou menos o género dos meu poemas verá e saberá que é raro eu rimar,porque não faz parte da minha linguagem poética querer rimar.
Entre os meus 7 e 10 anos eu criava poemas mas eram poemas absurdos pois não tinham sentido algum, só a partir dos meus 16 anos é que criei poemas com estética, com humor, com sentimento etc...mas lembro-me que os primeiros poemas apenas diziam o que eu gostava da minha mãe entre outras coisas de míudo claro.
Falando do Desenho
é uma área que me expressei muitissimo e é a área com mais trabalhos de diferentes materiais e suportes.
Eu desenho desde dos 7 anos...dos meus 7 aos 10 anos desenhava casas com cores muito alegres e não eram as cores que tradicionalmente se tinha aprendido na escola,desenhava animais com muitos dentes e desenhava de certa forma casas que pareciam igrejas mas com muitos pormenores.
É dificil falar dos meus Desenhos visto que já tenho 500 eu sei que ás vezes o número não interessa, mas para mim interessa, porque é precisamente por ter muitos e tão deversificados que não consigo definir bem as inspirações que obtive mas vou tentar.
Por exemplo,posso dividir os desenhos em grupos,são eles:
Grupo 1 Desenhos da Primária. Nesta fase os desenhos são muito básicos o que se pode notar que há uma diferença de outros desenhos das crianças eram as cores,as outras crianças usavam cores tradicionais que lhes eram ensinadas eu escolhia as minhas cores e ás vezes saía punido por isso.
Mas onde se pode ver que os meus desenhos era através da cor,ou seja a professora via o meu desenho e sabia que era muito porque tinha cores tão alegres que sabia que na classe só eu coloria assim.
Lembro-me de uma vez pintar uma árvore de natal com roxo em vez do verdinho.
Curiosamente ainda hoje prevaleçe o gosto que eu tenho pela cor, e pela cor forte e quente.Grupo 2 Desenhos de ambiente familiar
Basicamente este desenho é aquele que eu fazia na escola ou em casa que tradicionalmente é a representação da casa,sol,nuvens e a mãe,pai e irmão.
Este tipo de desenho é o que eu tenho menos porque infelizmente não foram todos conservados mas é curioso porque os desenhos dos meus amigos eram muito organizados e até escreviam por cima das figuras quem era o pai,mãe etc...mas eu não escrevia apenas desenhava e depois coloria e os meus desenhos de ambiente familiar também eram muito exêntricos no sentido que pintava por exemplo o telhado de amarelo,o sol de vermelho portanto já aqui,numa idade tão tenra via-se que eu de uma forma inconsciente já escolhia as minhas cores.Grupo 3 Desenhos Abstractos
Este tipo de desenho é o que eu tenho em maior quantidade,e é a fase em que não estava inspirado e como tal fazia algo abstracto.
Alguns desenhos abstractos são a lápis de cor,outros a caneta preta,outros a aguarela são estes materiais que predominam e são estes desenhos que me ajudaram de certa forma a ter conhecimento do que era Abstracto enquanto movimento artístico.
De certa forma associo os desenhos abstractos há minha escultura porque quer numa quer noutra nunca conseguia fazer algo definitivo e que gostava.
Embora se possa ver que a minha escultura e desenhos abstractos são perceptíveis(percebe-se o que foi esculpido e desenhado)foi feito de uma forma rápida e diria mesmo de uma forma inconsciente no sentido que não pensei para realizar.
Já noutros desenhos,poemas,pinturas e instalação já pensei mais e melhor no que iria pintar.
Os desenhos abstractos para mim são como um esboço rápido e libertador, curiosamente são poucos os desenhos abstractos que eu gosto, mas considero que eu aprendi a tirar partido dos respectivos materiais e suportes de uma forma rápida,porque tenho alguns desenhos,que não são abstractos,que têm linhas muito rápidas (percebe-se que houve um registo rápido do material).Grupo 4 Desenhos Arte Nova,Deco e Naïf
É mais ou menos entre 2006 e 2011 que desenvolvo este tipo de Desenhos.
Foi no ano 2006 que eu comecei a ter livros de Arte Nova,Arte Deco e Art Naïf da TASCHEN e comecei a pesquisar em livros,internet,nas redes sociais,em sites de museus sobre o tema em questão,pesquisei a Arquitectura,Escultura e Pintura e depois li alguns artigos sobre a origem da Arte Nova,Arte Deco e Art Naïf e foi o somatório de todos estes conhecimentos que me fez desenhar consoante as definições deste estilo.
Tenho imensos,desenhos de Arte Nova e pinturas Art Naïf,segundo diserram alguns amigos meus de Galerias de Arte do Porto.
Os meus desenhos de Arte Nova(sejam desenhos, pinturas,figura humana, catedrais, casas, entre outros)são inspirados em Otto Wagner,Edvard Munch,Gustav Klimt, Henri Rousseau(Art Naïf),entre outros tantos.
Este tipo de desenhos ainda hoje os faço são os que eu mais gosto e me indentifico bastante.
Identifico-me bastante com este tipo de Artes,acreditem ou não e até pode dizer que eu sou maluco mas considero-me em algumas pinturas e desenhos um artista da Art Naïf.
O que eu vou dizer agora para vocês pode ser um perfeito disparate,loucura,estupidez e sem sentido mas para mim (e sinceramente) ser-se Artista,conceituado ou não não é ter um diploma do curso,ser-se licenciado,mestrado ou doutorado em alguma Arte mas sim dominar bem vários materiais,suportes e a capacidade expressar e comunicar perante um público alvo.
Grupo 5 Desenhos de Catedrais Imaginárias(de vários estilos)É por volta do ano 2006 até 2011 que começo a desenhar estas Catedrais.Estas catedrais não existem,apenas são baseadas nas que já existem.No caso deste tipo de desenho também me inspirei muitíssimo na Arte Nova e Art Deco principalmente Arte Nova,executei mais ou menos 50 desenhos destas catedrais desde 2006 até agora,2011.
Quando eu comecei a fazer estas catedrais demorava imenso tempo,sem exagero 30 minutos,porque as minhas primeiras catedrais eram baseadas no estilo gótico.
As primeiras catedrais eram baseadas no estilo gótico, as segundas em estilo barroco,as terceiras em estilo Arte Nova, as quartas em estilo gaudiano(arquitecto Antoni Gaudi), as quintas em neoclássico e por último as sextas era um somotário de tudo isto.

No caso da Pintura enquanto expressão artística,neste momento é que eu gosto mais porque sinto-me mais conectado,sinto uma maior aproximidade e embora não tenha conhecimentos teóricos e práticos da Pintura enquanto disciplina Universitária sinto que me expresso bem através do pincel,sinto que facilmente a minha personalidade é transmitida nas telas ou noutro suporte.
Quando eu comecei a pintar tinha 15 anos (ano 2006)e ainda me lembro que a minha pintura era muito básica e ainda agora o pode ser,mas quando comecei o grau de complexidade,de cores,de formas,tamanhos não existia apenas existia a cor e pouco mais,e o que enventualmente dava magia aos meus primeiros quadros seriam as cores e não propriamente o que estaria pintado,porque nos meus primeiros 10 quadros o que eu pintava era como exercício,como esboço,como que pintar por pintar,ou seja não havia uma racionalização prévia,era tudo muito automático mas há medida que os anos passaram comecei a pensar mais na maneira como pintar,com cores,com que formas,tamanhos, entre outros aspectos técnicos e foi assim que lentamente as minhas pinturas tornam-se mais complexas a nível cromático e a nível de forma,mas também o aperfeiçoamento da minha pintura deve-se a pesquisa/inspiração que obtive de outros pintores internacionais de vários séculos e países, foi também com 15 anos que comecei a comprar livros de pintores,escultores,arquitectos e movimentos artísticos como: Surrealismo, Cubismo, Realismo, Arte Nova, Arte Deco entre outros da grande e exelente colecção TASCHEN e foi a partir deles livros entre outros aspectos que a minha pintura tornou-se relativamente mais complexa e até elegante.
Quem vê os meus quadros pode ver de certa forma que existe de uma forma directa ou indirecta a presença de alguns estilos como Arte Naïf,Arte Nova, Fauvismo, Impressionismo.
Considero que as minhas pinturas têm uma particularidade tem em grande quantidade o amarelo,vermelho e laranja; o que considero curioso é que em todas as minhas obra há estas cores.
Agora falando da Escultura
só fiz duas esculturas que por acaso até gosto visto que eu nunca tive grande desenvolvimento e aprendizagem a nível teórico e prático.
Confesso que gosto de Escultura,mas não é aquela área que eu senti uma paixão,também ainda não experimentei a Escultura Académica mas ainda assim não será aquela área que irei desenvolver mais que a Pintura,pelo menos agora.
As duas esculturas que fiz são de pasta de modelar(aquela que se usa na primária,ou primeiro ciclo de escolaridade)A PRIMEIRA ESCULTURA foi feita com a pasta de modelar castanha alaranjada e foi intitulada por "Coração De Boi" na verdade nem sequer representei como tal,mas a forma que ficou quando estava a ser executada lembrava um coração A SEGUNDA ESCULTURA é mais pequena que a primeira e é muito mais básica a nível de execução.
A SEGUNDA ESCULTURA foi feita com pasta modelar branca fiz uma forma irregular(mas que pode-se aproximar a um hexágono) e no meio um buraco(para colocar uma vela)e espetei na pasta alguns búzios muito pequeno,quando ainda não tinha secado a pasta e depois espetei também massa(de comer)no final ficou interessante o efeito,mas não lhe dei um título.
Escultura para mim é de certa forma mais exigente que a Pintura,porque na minha opinião (mesmo que esteja incorrecta) a Escultura é muito ligada ás medidas, tamanhos, escalas, medições e a Pintura nem tanto porque quando eu pinto sinto-me bem e "livre" na Escultura também me sinto bem mas no entanto fico mais incomodado e até mesmo irritado porque não consigo ter a liberdade poética como na Pintura,ou seja,não consigo realizar com coerência,elegância,forma uma escultura.
Acreditem ou não antes de realizar a PRIMEIRA ESCULTURA(intitulada por Coração de Boi)tive a mexer na pasta durante 30 minutos sem fazer nada de concreto e eu irrito-me.
Por exemplo podem-me dar um bocado de barro mas se eu não tiver uma ideia prévia do que irei fazer estou muito tempo a mexer no barro até encontrar alguma "escultura" e se calhar nem é a ideia final,eu das poucas experimentações que fiz no barro e pasta modelar gostei,mas a escultura é complexa,exigente e minuciosa e eu gosto de ser livre no sentido de criar bem e rápido como uma pincelada,eu quando pinto os quadros pinto rápido não estou propriamente a pensar nas cores que irão surgir.
Definação de Artista(segundo a minha visão)....Para mim ser-se artista não aquele que tem canudo e que este canudo é o diploma por ter concluído o curso ou então um mestrado ou até doutoramento.
Para mim ser-se Artista,conceituado OU NÃO,é dominar bem as técnicas e os seus suportes e ter a capacidade de expressar as suas ideias e o seu trabalho perante um publico alvo.
Claro que é importante um artista ter no curriculum vitae boas exposições a nível individual e colectivo porque de resto nada importa,por exemplo eu não gosto nada daqueles artistas(portugueses e estrangeiros)que conseguem expor por cunhas isso para mim é tão baixo,uma vez contei isto a um amigo meu e ele disse-me:
Sabes como é...no mundo das Artes é muito dificil entrar-se...
Eu acho que não é dificil entrar simplesmente as galerias é que querem expor artistas conceituados,mas há alguns artistas não todos que basta fazer um risco que já ganham dinheiro por isso,mas a Arte não são artistas conceituados a fazer obras só para o nome ser mais visto,a Arte é comunicar, é expressar, é emocionar, independentemente de se ter nome ou nome no mundo artístico.

Autor do texto: Carlos Cordoeiro

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