sábado, 13 de junho de 2015

Poema Palavras tão sentidas


Palavras tão sentidas que a
minha caneta desfaz-se em manchas;
Palavras tão más
e tão doridas
que borrei o desenho todo;
palavras incertas
que no meu traço
não se definem nem se vêem
apenas sinto com tanta mágoa;
choro tanto, lágrimas inundadas
que a folha fica ondulada
e o desenho indefinido
como o nosso amor de agora supostamente;
parti tudo, lixei tudo
como fiz ao carvão
que defenia o teu lado mais escuro;
tudo é demasiado intenso
tua boca é tão sedosa
como o pastel seco;
com os fios do teu cabelo
podia tecer
algo que nos protegesse
do vapor da laca;
Agora estou à espera que te tornes
algo definido, algo concreto,
algo estranho, algo apetecível, algo tão bom,
algo delicioso, algo carnal como o Desenho
Meu Amor.


Autor : Carlos Cordoeiro.






Sem comentários:

Enviar um comentário