Poema Tristeza (Drama)

Foram muitos anos
muitas vivências
muitas memórias
muitas lágrimas derramadas.

Perdi tudo
o amor,amizade
carinho, não tenho ninguém
ao meu lado
todos me abandonaram
excepto a minha mãe, pai e irmão.

Vi as pessoas
a afastarem-se
vi as pessoas
a desaparecerem
vi todos a rejeitarem-me
todos se evaporaram.

Ninguém me ouviu
ninguém me falou
ninguém me quis...por enquanto,
típico homem afoguei-me na mágoa
na droga, no álcool e nos roubos.

Perdi a identidade
perdi a alma
perdi tudo que era preciso
já nem nome tenho.

Não há amigos
não há amor
não há amizade
agora há um homem preso em si mesmo
um homem preso na prisão da dor e solidão
agora estou numa jaula
há grades há minha volta,fui preso
por roubar e matar.

Agora a prisão é o meu  mundo
é onde estou, onde vivo
é onde sou castigado e penalizado.

Fui castigado
e ameaçado e até esfaqueado
meu sangue escorre
pelo meu corpo doloroso
de mágoas sucessivas.

Meu corpo já está nulo
Já está perdido nesta dimensão
já está alterado e preparado
para a outra dimensão.

Sou algo indefinido
algo dificil de dizer
algo especial, estou noutra dimensão
já não sou do planeta terra
mas de uma dimensão espiritual
mais forte e pura do que a terra.

Nenhuma lembrança minha ficou
nada!
tudo que eram fotos, memória, palavras
sobre mim desapareceram comigo
tudo foi aparente.

Tudo em mim já se evaporou
já se apagou
nada de mim sobrou nem restou
agora só um nome perdido em mim
no nada!.

Tudo em mim agora é ausência
tudo é oculto, segredo, mistério,
não existo,não vivo, não há nada de mim.

Autor: Carlos Cordoeiro.