sábado, 9 de janeiro de 2016

Poema Magoaste-me......

Magoaste-me bem lá no fundo do meu ser,
mas na verdade até foi sempre assim
mas na verdade até foi pré destinado,
mas na verdade até foi premeditado,
mas não gosto de ser o outro, o secundário;
Magoaste-me até ao meu osso
que mesmo esse foi quase desfeito,
quase corrompido, quase desfigurado,
mas também é o que nos somos;
Magoaste-me tanto que me custava ver-te
mas via, mas nem tudo foi em vão ou até foi
ou.....até....foi; mas é assim, tudo tem dor quando se gosta
tudo é mau quando sonhamos demais
quando projectamos demais sobre nós aos outros;
Magoaste-me quando me viste como o outro
quando me vieste como secundário,
quando me vieste como aquele que não interessa,
quando me vieste como o patinho feio,
quando me vieste como o desgraçado
que vive uma vida como se fosse uma vítima,
que vive uma vida como um qualquer que por aí anda.



Magoaste-me tanto mas mesmo tanto
que as minhas lágrimas de tristeza
saíram como sangue de dor
causada pelo teu desprezo à minha pessoa;
Magoaste-me mesmo tanto que todo o meu corpo
deixou-se cair, deixou-se morrer por dentro
deixou-se gelar, e agora até o meu coração
já não sente, já não ama, já não gosta;
Magoaste-me com o desprezo a mim
e o valor ao outro como algo prioritário,
e que eu agora deixo-me cair pelo sofá
mas num plano de preto e branco
em que nunca ouvirás a minha voz de lamento
mas sim os meus versos, como agora estes que eu escrevo;
Magoaste-me mesmo muito, tanto mas mesmo tanto
que nem sabes a dor que é constantemente,
que nem imaginas a dor que é cá dentro,
que nem imaginas como está o meu coração,
que nem imaginas cada lágrima que já derramei,
que já me fizeram inundar-me a mim mesmo
com uma tristeza de tal ordem,
que o meu olhar já era apenas a cinzento para o preto
cada vez mais negro como o nosso afastamento estranhado por mim.


Autor : Carlos Cordoeiro.

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