domingo, 27 de novembro de 2016

O Porto: nacional ou internacional? (texto crítico)

 Antes demais gostava de dizer, porque considero relevante, que nasci, estudei e trabalho no Porto, sou mesmo "tripeiro", sou mesmo portuense.
 Hoje em dia, cada mais se verifica a potencialidade do Turismo, no nosso país, neste caso na Cidade do Porto também.
 Ao longo da história do Porto verificou-se que esta foi escolhida por inúmeros motivos como por exemplo: o Vinho do Porto, a Gastronomia, o Clima, a Hospitalidade, o Centro Histórico, o Plano Cultural entre outros aspectos.
 Obviamente que uma cidade vive do Turismo entre outras tantas áreas,
 Nunca fui contra o Turismo, muito pelo contrário aliás orgulho-me de ver os turistas a passear felizes na "minha" cidade, até gostava de criar projectos nesta área, mas isto é outro assunto que futuramente posso vir a debater aqui no meu blogue.
 Obviamente que há medida que os anos passam cada vez mais a percentagem de turistas aumenta, o que é excelente, é o que se quer, que cada vez mais que o Porto seja cada vez mais conhecido como uma cidade de História, Museus,Conhecimento, Cultura, Lazer, Restaurantes, de belas Praias, de excelentes Artistas no ramo das Artes Plásticas, Música, Dança, Teatro entre outras áreas.
 Antes de escrever o artigo propriamente dito gostaria de dizer que há excepções (gerais e também específicas) ou seja o que eu aqui disser que pareça menos bem ou inadequado, não quer dizer que esteja a censurar algo ou alguém mas sim que seja a minha opinião, ou seja, vou opinar sobre a Cidade do Porto: onde eu nasci, cresci e vivo.


O Porto: nacional ou internacional?

 Pergunto-me constantemente, não é que seja algo prioritário na minha vida mas é algo que de vez em quando gosto de desenvolver ao pensar nisto para mim.
 Actualmente considero que haja a "febre" dos Hóteis (uma pessoa que conhece minimamente o Porto sabe do que falo), considero que no Centro Histórico da cidade há um excesso do número de Hóteis, para não falar que em certas ruas, há Hóteis praticamente juntos, não é que seja mau ou censurável simplesmente tenho a sensação que cada vez mais há um acumular de Hóteis na mesma rua ou zona da cidade.
 Creio que é sempre bom a nossa cidade ser conhecida mas não significa que tenha de ter imensos hotéis, aliás aqui a questão é a quantidade...e não o facto de existir, porque tem que existir como é óbvio, afinal o conceito de pernoitar / hospitalidade no Porto é mais antigo do que se pensa.
 Conforme já há hotéis na zona da Boavista, Foz e nessas redondezas deveria haver mais por exemplo na zona de Campanhã, porque nesta zona também há História, aliás senão estou em erro esta zona desde do século XIX ao século XX, teve várias fábricas hoje completamente em ruína, portanto porque não investir no Turismo Industrial? ou seja, reabilitar os edifícios (fábricas) e fazer deles Museus, espaços vivos, de história, de conhecimento e lazer! Por exemplo aqueles armazéns todos vazios...porque não fazer deles Galerias de Arte? Discotecas? Restaurantes? Hotéis? Escolas de Dança, Música ou Teatro? Há inúmeras alternativas, mas o que eu estou a tentar dizer é que considero que está muito concentrado na mesma área, os que já existem ficariam lá como é óbvio, mas criar novos hotéis em zonas como Campanhã, Freixo, Antas, Bonfim, aliás quando eu digo novos hotéis nestas zonas é alguns não muitos, até porque não se justificam haver tantos (concentrados na mesma rua ou zona da cidade).
 Sou a favor do Turismo, mas não desnecessariamente como a concentração de hotéis na mesma rua! Considero que nos dias de hoje, estamos demasiados preocupados com o Turismo, por um é excelente e por outro é mau porque como tudo na vida, há sempre os dois lados da questão.
 Eu para ser sincero, se tivesse muito dinheiro, também teria um hotel...a sério! porque efectivamente gostos dos turistas, gosto de vê-los com sorriso na cara, adoro como eles gostam de explorar a cidade, o sorriso e admiração quando vêem aquelas escadarias, ruas, ruelas, travessas, depois aquelas ruas tão medievais...eu percebo-os, compreendo porque gostam cada vez mais do Porto, para não falar do Vinho do Porto que é excelente e como é óbvio dispensa apresentações pelo seu inigualável prestígio, sabor, textura, aroma entre outros valores certificados e premiados durante anos, séculos! Agora os hotéis serem todos  concentrados achou mau, mau por estarem tão próximos até porque nesta cidade temos grandes hotéis de elevado prestígio, ou seja, cada hotel fala por si no sentido que cada um tem a qualidade que tem!
 Outra coisa... as casas/prédios em ruínas...outro assunto que me faz seriamente confusão e porquê?  Por razões óbvias.
 Estes prédios, estão anos, décadas a fio em ruínas, sem nenhuma recuperação possível e depois a Câmara requalifica ou então algum senhor compra o prédio todo e o que é que faz? O que faz? Mantém a fachada que dá um aspecto tradicional, respeitável, e depois destrói todo o interior para ser um novo e belo Hotel por vezes a mudança é tanta que nem se reconhece como era antes o edifício originalmente.
 Aliás neste tipo de casos lá se vai os exemplares que existem no interior dos edifícios como os estuques, os corrimões de madeira trabalhada, as janelas guilhotina, entre outras características
próprias de uma época, de um século - claro que há hotéis que ainda mantém estas características e ainda bem!
 De seguida temos edifícios míticos, mágicos e que marcaram uma época mas que actualmente tem um aspecto diferente, tem uma actividade hoteleira ou pior do que isso (dependendo dos casos), vejamos o que é feito do Cinema Águia D'Ouro e o Cinema Batalha...o primeiro é um hotel o segundo está vazio, era bom para a cidade requalificarem como Cinema (e não outro Hotel) o Cinema Batalha, afinal por ele passaram grandes filmes portugueses...isto tudo a relacionar-se com edifícios ligados ao Turismo, Cultura e Lazer, sim porque se eu for a falar dos edifícios históricos aí sim tenho tanto mas tanto que falar.
 Até porque não há propriamente uma sensibilidade para os monumentos, embora, de há uns anos para cá, tenha havido um esforço pelas entidades do sector competente, a trazer "à luz do dia" os monumentos que estão literalmente esquecidos na nossa Cidade do Porto.  














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