domingo, 10 de janeiro de 2016

Poema Não Deveria Estar Aqui...

Não Deveria Estar Aqui pois o sofrimento é intenso,
mas ao mesmo gosto e adoro olhar-te
porque vejo em ti uma simplicidade tão pura
como a tua beleza que se deixa mostrar naturalmente;
Não Deveria Estar Aqui porque é tudo sonhador,
porque é tudo complicado, porque é tudo rendilhado,
porque é tudo doloroso, porque é tudo tão bom e alegre
mas ao mesmo tempo triste e choroso que não me aguento bem de pé;
Não Deveria Estar Aqui porque é tudo tão complicado,
é tudo tão demorado, é tudo tão rápido,
é tudo demasiado sofredor que o meu corpo
já não resiste muito à dor de amores constantemente desfeitos;
Não Deveria Estar Aqui porque sinto-me sempre a mais,
porque me sinto esquisito, porque me sinto como duplo,
porque me sinto a mais quando apenas só o figurante
de um filme que nem sei bem o nome dele.


Não Deveria Estar Aqui, sinceramente agora que penso,
todos os meus dias são derretidos pelo calor do sol
que me faz tornar água, algo que não se pode tocar,
pela impureza do não amor vivido;
Não Deveria Estar Aqui pois não há cadeira com o meu nome,
pois não há mesa para eu estar a trocar impressões,
não há salas onde eu seja puro no que desenho ou escrevo,
bem como não há amores passageiros constantemente;
Não Deveria Estar Aqui há algo em mim que me faz tornar algo a mais
algo que não pertence a este sítio,
algo que não me faz falar,
algo que não me faz tentar ser natural como a flor,
algo que não é natural como o iogurte que eu costumo comer;
Não Deveria Estar Aqui pois o tempo não me é amigo,
muito menos as conversas que tento ter com simplicidade,
muitíssimo menos com acções que me fazem quebrar constantemente
constantemente em mim, e no meu ser plural.


Autor : Carlos Cordoeiro.

1 comentário:

  1. Algo que não me faz falar... Me faz dizer... Seu texto me quebrou.. E me fez juntar em pedaços

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