sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Poema Anestesiado

Anestesia o meu sentido de dor;
anestesia a mágoa que se sente sempre
neste meu coração golpeado e doloroso;
anestesia toda a dor que corroem-me sempre;
anestesia toda a dor que me faz chorar;
anestesia todo o sentido da existência.

Anestesia a mágoa que me faz chorar
e também deitar na cama da dor infinita;
anestesia o sentimento negro e infeliz
que cobre o meu coração com um xaile;
anestesia pela canção o meu desejo
de querer amar naturalmente;
anestesia o meu sentimento.

Anestesia toda a dor que no meu interior
guardo e deixo acabar com a minha própria alma;
Anestesia todo a dor que me prende num caminho
doloroso,viciante num ciclo que nunca irá acabar;
Anestesia toda aquela sensação de vazio
que tenho no olhar e na mente;
Anestesia todas as palavras que parecem
todas fazer-me sofrer;
Anestesia todos aqueles momentos banais;
Anestesia todas as palavras banais;

Anestesia o teu dia-a-dia;
Anestesia o cheiro do hospital;
Anestesia o Estado Português;
Anestesia a vulgaridade;
Anestesia-te;
Eu anestesio-me com as palavras dolorosas
De um  poema honesto e verdadeiro sentimentalmente.

Eu em mim injecto a droga da dor
a droga da solidão,tristeza,mágoa e o sentimento blue
não é por acaso
que dos meus poemas
lê-se dores verdadeiras de uma profundidade superficial.

Autor : Carlos Cordoeiro.

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