sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Poema Comboio

Lentamente parte
o comboio sem vapor:
vejo agora o rio
passando por baixo da ponte.

Estou em plena ponte
é mais barulho dos carris;
as conversas são parvas;
vou chegar ao túnel
estou sem rede
...
...
...
...
...
...   ....  ... ... ... ...sai do túnel
estou em General Torres.

Pessoas bonitas e cansadas
entraram e acomodoram-se;
recomeçou a andar
a sério? conversas com palavras
tipo merda ou foda-se agora em
Gaia, ou melhor Devesas estou;
agora andamos outra vez
ouço o barulho agradável do comboio;
"próxima paragem Coimbrões" diz
a voz automática.

Portas abertas
em frente vejo grafittes
grafittes gastos pelo tempo;
conversas robóticas
conversas de costume, tudo tradicional;
vidro escurece com a paisagem
cidade vs.campo vs. mar;
"Madalena" diz a voz
voltei a andar, a ouvir, a sonhar;
Meu Deus!, uma senhora carregada
com sacos de quotidiano;
"Toma, toma" ouve-se alguém a dizer
a sério? a sério jovens estúpidos?
"como se faz um cornetto de merda" disse alguém;
esta juventude tão emprobrecida
e tão deficientes a falar
com o português iram acabar;
momento silêncio, jovens saiem;
luzes de comboio intensa demais
luzes vivas,luz demais;
comboio    a        a  b  r  a  n  d  a  r.

Autor : Carlos Cordoeiro.

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