sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Poema 2012 (fim do mundo)

Se o mundo acabasse realmente teria tanto para fazer
tanto para dizer, tanto por amar, tanto para viver;

Se o mundo acabasse.....
não podia dizer ás pessoas
que as amei, que as senti
como próximas, como queridas, como amigas.

Se o mundo acabasse não podia fazer tudo 
que queria e sonhei sempre há tanto tempo;

Se o mundo acabasse não podia amar,
não poderia amar os que realmente amo,
não poderia ficar com borboletas no estômago, 
não poderia sentir-me triste por quem não me ama,
não poderia sorrir pelo verdadeiro amor,
não poderia escrever poemas de mágoa,
não me poderia sentir tímido no amor,
não me poderia atrapalhar em frente
ás pessoas que intensamente desejei,
seria dificil sentir o amor tão intenso
como ele é realmente, como ele faz nos estar,
seria sentir o coração tão forte
como o amor é quando verdadeiramente se sente.

Se o mundo acabasse não podia ser a criança,

a criança que eternamente brinca ás pinturas e poesias,
a criança que constantemente sonha em ser poética,
a criança que gosta de viajar mesmo que seja só com a imaginação,
a criança que gosta de, ás vezes, fazer asneiras,
a criança que chora quando é magoada,
a criança que exagera em certas brincadeiras,
a criança que ainda tem medos,
a criança que sonha ter muita coisa banal,
a criança que gostas de todo o tipo de bichinhos
a criança que sonha um dia ser alguma coisa.

Se o mundo acabasse não podia ser poeta amador,

não podia escrever para desabafar,
não podia escrever o que realmente sinto
neste coração tão duro como uma pedra
que apenas sente amor e amizade da família e nada mais;
não podia ser poeta da simplicidade,
não podia ser poeta do amor
do amor inexistente na minha vida imaginária
onde não houve alguém a sentir algo por mim;
não podia escrever de forma tão sentida, tão transparente
tão dolorosa quando de o amor inexistente falo;
não podia desabafar com as folhas
onde estão escritos os sentimentos falhados;
querem maior dor do que esta?
querem maior dor do que apenas ser sincero sentimentalmente
numa folha que nos recebe mas nada pede em troca?
querem maior mágoa do que aquela
que a cada dia que passa queima a folha de tão ácida que são as palavras ?
querem tamanha verdade, como tudo que escrevo, mais com o coração do que
com a caneta que timidamente deixa escorrer as verdades ?
querem maior sentimento do que aquele
quando se escreve as fraquezas na poesia?
Ai, meu D-us são tão delicado, tão frágil
como o cristal que faz um barulho tão agudo
quanto o medo que me está no corpo;
Ai meu D-us se o mundo acabar ...não posso ser jovem poeta
mesmo de palavras duras, frias,distantes e demasiado verdadeiras.

Se o mundo acabasse não podia dizer as verdades
as verdades de que tudo aparenta ser frágil;

a verdade que o amor
é demasiado sonhador;
a verdade que não há justiça
nunca houve;
a verdade que o mundo é um mega jogo
de politica, dinheiro e mágoa e dor;
a verdade que todo o Homem de agora
é tão banalizado pelas coisas materiais;
a verdade que o amor verdadeiro
foi apagado pelas coisas banais;
a verdade que já nada é igual
nunca foi,nem será tendo como base os jovens;
a verdade que já não há civilização
apenas o cumprimento das leis,
a verdade que tudo é muito superficial
que tudo é muito banal, que é muito radical
nada é feito com humanidade.

Se o mundo acabasse eu faria muita coisa...
namorava, amava, casava, fazia filhos
concretizava sonhos ........MAS quer dizer.....
porquê medo de morrer ?

eu já morri há muito tempo!
Morri no momento em que ninguém é verdadeiro,
morri no momento em que ninguém se ama,
morri no momento em que deixei de acreditar,
morri no momento em que deixei de sonhar,
morri no momento em que deixei de acreditar no meu país,
lamento.

E se o mundo sei lá.....acabasse mesmo?
que acabasse,assim haveria uma renovação
e limpava-se a porcaria que neste mundo há
que não é assim tão pouca.

Autor : Carlos Cordoeiro.

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