terça-feira, 7 de junho de 2016

Poema O Tempo

O Tempo escorreu tanto como as lágrimas que caíram e fez da tua dor um rio, um rio maior que a dor do teu coração;
O Tempo escorreu-se não pelos
meus dedos, mas pelas minhas veias
visto que o tempo é tão fino,
é tão rápido, tão invisível
que quando reparas nele
ele foi-se a triplicar para o teu corpo
torna-te em algo que não queres ver todos os dias;
O Tempo este que tanto gostas como temes porque sabes que ele cada vez mais é sempre curto, curto para te encortar a vida e como tal ficas quase sem respirar e com medo daquilo que é o suposto descanso;
O Tempo aquele que usas como desculpa, para não te fazeres à estrada, que usas como desculpa para não socializares, para não amar, para não desejar, para não beijar, para nada, para tudo, para ninguém, para todos e quando dás por ela já tens filhos e netos e sentes-te tão triste mas ao mesmo tempo feliz pela família. O Tempo foi cortado pelo desejo de se querer tudo muito depressa, pelo desejo de querer que seja lento, pelo desejo que se despache mais que tu, pelo desejo que ela escorra completamente, muito mais que a água na tempestade; O Tempo é aquele que goza contigo e ainda se ri, é aquele que faz do teu corpo rugas, e sentes-te próximo ao final de algo que nem sequer começou mas sim que foi uma ilusão dolorosa; O Tempo é aquele que tu queres tanto ter em tua posse, porque sabes que ele voa muito mais para além das nuvens, e como tal é-te difícil apanhar....mas não desesperes; O Tempo aquele que tu amas tanto porque queres e tentar preservá-lo o mais puro, sem quebrar, sem magoar, sem o fragilizar, sem o despedaçar, sem o censurar, afinal foi o que o fizeste mas ao teu amor, amizade, carinho e a todos aqueles que adoravas; O Tempo foi aquele que não soubeste, aquele que não quiseste, aquele que recusaste, aquele que deixaste ir, aquele que não soubeste aproveitar como um tesouro tão valioso como a vida, deixaste tudo escorrer, escorreu tantos mas tantos momentos que podiam ter sido bons, tantos momentos que podiam fazer-te brilhar, tantos momentos que podiam fazer-te sorrir, mas insiste em discutir, chorar, gritar, berrar pelas pessoas que constantemente fazem-te de ti um ferida completamente aberta, já te vejo o coração, o coração banhado em sangue e dor como tudo isto que já sofreste e ainda insiste em sofrer; O Tempo agora já passou, já passou aquilo que querias, o verdadeiro Amor. Autor: Carlos Cordoeiro.

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