domingo, 27 de dezembro de 2015

Poema Quando Os Meus Olhos

Quando os meus olhos vêem algo mais belo do que eles
então é porque é verdade mesmo,
então é porque há algo de bom a ver,
então é porque devo ver mais e melhor e apreciar
delicadamente como todas estas flores que eu cheiro;
Quando os meus olhos vêem todas aquelas belezas
que caminham suavemente e levemente
que parece que vou voar mas apenas escolho
aquilo que me é o melhor e me faz sentir melhor;
Quando os meus olhos choraram
foi pela incerteza de tudo que pensei
sobre ti, eu e nós como algo que poderia ser
mas não foi, ou está para vir a ser;
Quando os meus olhos viraram para o lado
não queriam ver a realidade que doeu mais
que um fogo no coração em constantemente
ardência;
Quando foi aqueles dias de várias horas seguidas
em plenos dias derretidos pela chuva ou sol doentio
pelo nevoeiro, eu criei em mim mesmo uma dor maior
como escudo de uma dor visível;
Quando os meus olhos olharam para lá não viram nada
a não ser uma dor crescente de incerteza
e de insegurança que não dava para compreender,
mas apenas sofrer cada vez mais
pelo não entendimento do assunto em causa;
Quando os meus olhos analisaram a dor e a mágoa
o choro da dor e a dor do choro foram constantes
dentro de mim, que me fez corroer por dentro
e agora só sobra ossos que não desejas ter como amor;
Quando meus olhos naturalmente te olhavam
eu controlava-os para não se perderem no caminho
da tentação que não me está ao alcance
muito menos a perto como tu agora;
Quando Os Meus Olhos quiseram ter um brilho especial,
foi completamente impossível porque o coração falou mais alto,
a cabeça pensou o filme errado,
o take não foi o certo, e o meu papel até agora é como figurante,
nem faço parte do filme, sou um mero adereço de um filme que começo a desconhecer.



Quando Os Meus Olhos quiseram tentar ver para além de
foi tão complexo tentar compreender
o que nem sequer eu ainda analisei
e como tal fico na mesma, na minha solidão;
Quando Os Meus Olhos querem ver a impossibilidade da questão
vêem muito para além disto e quem fica na mágoa
é o meu coração de tamanha dor
que apenas irá passar com os olhares que se irão elevar ás luzes;
Quando Os Meus Olhos queriam-se alegrar por motivos óbvios
a questão óbvia era muito mais inteligente do que eu
e como tal já era completamente ultrapassado há que muito tempo;
Quando Os Meus Olhos tentaram procurar verdades positivas
eu apenas vi tudo em negativo: como fotografia e vida
e como tal nunca vi a cor na felicidade sonhada;
Quando Os Meus Olhos quiseram ver amores supostos
estava tudo em branco, mas eu é que tinha que preencher
mas não tinha nada para escrever
como tal compreendi a mensagem transmitida a mim;
Quando Através Dos Meus Olhos eu quis amar
fosse através da alegria, carinho, felicidade, simpatia
tudo era demasiado rendilhado, mais que as rendas
da minha avó que já estão arrumadas no baú do século passado;
Quando Meus Olhos quiseram amar
quiseram tentar a utopia, a ilusão,
já pareceu realidade ao meu coração
e como tal a dor não pareceu tão grande;
Quando O Meu Olhar quis ver para além da dor
já era tão complicado, tão verdadeiro, tão doloroso
que habituei-me à ideia;
Quando o meu olhar quis te mostrar
as verdadeiras realidades, no meu coração
tudo se evaporou como o nevoeiro
das nossas manhãs favoritas mas que já se foram
bem como o nosso amor sonhado e projectado
tudo esvoaçou mais do que as nossas vidas,
o que restou foi apenas uma dor que alimentou
parte da minha dor principal de não poder-te amar.


Autor : Carlos Cordoeiro.

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