terça-feira, 15 de setembro de 2015

Poema Palavras Gastas

Palavras gastas no jornal velho e sujo,
o dia já passou mas a página é mesma
as letras não passaram,
e as noticias são iguais e monótonas,
que até o tempo é mais apetecível;
palavras estão a negrito
outras de passagem que nem as lemos;
e algumas estão  em constante agitação
são as que lemos constantemente
são as mais doces à leitura mas
as mais dolorosas aos país e a cada um.


Palavras gastas corroem constantemente
que nem ficam na página
mas sim na vida de cada um;
palavras são tão usadas que naquele computador
já nem se sabe quais são quais
tal como o país onde estou;
estou numa página que não vejo
a letra é a marca dura que está lá
mas quero imagens e discursos
que os jornais não me dão na origem.


Tanta palavra que se gastou em vão
em dor, em falsidade, em ódio
mas ela continua chapada
para eu ficar marcar dolorosamente;
tanto que vejo
tanto que deixo escorrer
sem me preocupar se vai deixar sangue
como um crime  silencioso e sem provas.


Autor : Carlos Cordoeiro
(Data original do poema : 4 Janeiro 2015)

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